Lagoa se recupera de esgoto e mortandades de peixes, e debate para futura liberação de banho volta; comitê diz que ainda é cedo
25/09/2025
(Foto: Reprodução) Lagoa se recupera de esgoto e mortantades de peixe e debate para eventual liberação de banho ganha força
A Lagoa Rodrigo de Freitas, por anos marcada por mortandade de peixes e despejo de esgoto, vive um novo momento. Com a instalação de 13 elevatórias que desviam milhões de litros de dejetos diariamente para tratamento, o espelho d’água da Zona Sul exibe sinais de recuperação.
A situação da Lagoa, e o debate sobre uma eventual liberação dela para banhistas, foram temas da terceira reportagem de uma série do RJ2 sobre a qualidade da água em pontos turísticos do Rio.
"Não se joga mais esgoto em grandes quantidades na Lagoa através de galerias pluviais. Houve um tempo em que toneladas de peixes morriam de uma só vez. A lagoa era a latrina da Zona Sul. Com muito esgoto, a água não tinha como oferecer oxigênio para os peixes”, lembra o biólogo Mário Moscatelli. Eram quase 60 pontos de despejo clandestinos.
Hoje, o esgoto de casas e apartamentos da região é bombeado por 13 elevatórias, monitoradas 24 horas de um centro de controle no Píer Mauá. Segundo a concessionária Águas do Rio, são retirados 5 milhões de litros de esgoto por dia que antes caíam direto na lagoa.
“Esse esgoto agora vai para o emissário submarino tratado. Não polui o mar, porque ele já chega lá depurado”, explica Sinval Andrade, diretor institucional da empresa.
As mudanças já se refletem na biodiversidade. O biólogo Ricardo Gomes, do Instituto Mar Urbano, monitora a transparência da água há três anos. Ele registrou espécies raras, como o microgobius meeki, peixinho filmado pela primeira vez vivo na natureza.
“O carioca só vai se envolver na luta pelo meio ambiente quando conhecer quem vive aqui. E a lagoa tem vida”, afirma Ricardo.
Além de espécies pequenas, pescadores voltaram a capturar robalos, tainhas, camarões e linguados. “Aqui só não tem tubarão e arraia”, brinca o pescador Paulo Marins, que vende o pescado no Ceasa.
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E será que vai dar para nadar ?
O telejornal constatou que frequentadores já relatam uma melhoria na qualidade da água. “Hoje eu vejo o fundo da lagoa, areia branquinha, cardumes, siri, aves. Antes não era assim”, diz a comerciante e atleta Edna Costa, que rema há 10 anos no local.
Mas será que um dia vai ser possível voltar a nadar na Lagoa, como era feito há muitas décadas?
A estação que monitora a qualidade da água da Lagoa só permite dizer que há a possibilidade de esporte com contato secundário com a água, como canoagem e remo. Os últimos índices indicam que a água está em condições de "equilíbrio".
Apesar disso, hoje não há condições legais para banho na Lagoa. O Comitê da Baía de Guanabara confirma ter sido provocado por entidades civis a reclassificar o uso da lagoa permitindo o banho, mas considera o monitoramento atual insuficiente para liberar banhistas.
"Parra isso a gente precisa de uma série de iniciativas, para garantir que a balneabilidade da lagoa está a contento. A gente precisa monitorar as bactérias, que hoje têm sido monitoradas, mas a gente precisa monitorar em um nível tal que garanta a balneabilidade", diz Adriana Bocaiúva, vice-presidente do comitê.
A Águas do Rio afirma que existem pontos específicos onde o banho já estariam liberados.
"A gente já retirou os esgotos que caíam na lagoa, a gente pode ter eventuais lançamentos irregulares que a gente combate com apoio da fiscalização da nossa equipe e da sociedade. Sempre deve-se ter o cuidado na saída de galeria de água pluvial que não é local adequado para banho, mas em várias áreas da lagoa hoje, você já pode nadar. As áreas centrais, mais afastadas dos despejos das galerias de água pluvial", diz Sinval Andrade, diretor institucional da Águas do Rio.
Biodiversidade reaparece
Espécies de peixes voltam à Lagoa Rodrigo de Freitas
Reprodução/RJ2
Apesar do banho ainda não ser recomendado, na opinião do biólogo Mário Moscatelli, a Lagoa já deixou de ser um passivo ambiental para gerar biodiversidade e oportunidades econômicas. "Era um passivo que custava dinheiro - por exemplo, para se livrar de 400 toneladas de peixe morto e mau cheiro que impedia os quiosques de vender... Hoje você se transformou em um ecossistema equilibrado e que gera dinheiro".
O biólogo Ricardo Gomes monitora as águas há três anos e registrou cenas inéditas debaixo d’água, como o microgobius meeki, peixe filmado pela primeira vez vivo. Para ele, conhecer a vida da Lagoa é essencial para engajar a população na preservação: “O carioca só vai lutar pelo meio ambiente quando souber quem vive aqui.”
A recuperação também trouxe de volta a pesca. Robalo, tainha, camarão e linguado já voltam a abastecer o mercado. “Aqui só não tem tubarão e arraia”, brinca o pescador Paulo Marins.
E para quem convive com ela todos os dias, a mudança é visível e simbólica. “Remar na Lagoa é sensação de liberdade. A Lagoa tem vida. A Lagoa nos dá vida”, conclui Edna.
Lagoa Rodrigo de Freitas passa por momento de recuperação ambiental
Reprodução/RJ2
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