Mesmo preso pela morte de Marielle Franco, Domingos Brazão já recebeu mais de R$ 500 mil do TCE; VÍDEO mostra interrogatório

  • 25/09/2025
(Foto: Reprodução)
Ex-deputado Domingos Brazão, preso pela morte da vereadora Marielle Franco, continua recebendo salário do TCE O ex-deputado Domingos Brazão, preso pela suspeita de ser mandante da morte da vereadora Marielle Franco, continua recebendo o salário como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. No período em que está preso, Domingos já recebeu cerca de R$ 570 mil. Brazão tem um salário médio de R$ 39 mil por mês, mais uma variável de auxílios saúde, transporte e educação. Brazão foi interrogado no processo em que ele e outros 4 conselheiros do Tribunal de Contas o Estado do Rio (TCE-RJ) são acusados de um esquema de corrupção na corte de contas. O processo da Operação Quinto do Ouro, desdobramento da Lava Jato, tramita desde 2019 no Superior Tribunal de Justiça sob sigilo, mas o RJ1 teve acesso ao vídeo do interrogatório de Brazão. Preso, mas com salário em dia Desde a morte da vereadora (em março de 2018) até a prisão (em março de 2024), Brazão recebeu R$ 2,4 milhões. No entanto, na maior parte desses sete anos após os assassinatos de Marielle e Anderson Gomes, Brazão ficou afastado. Em abril de 2017, ele ficou afastado das funções por suspeita de fraude e corrupção. Ele foi preso na Operação Quinto do Ouro, da Lava Jato. Brazão foi reconduzido ao cargo em 2023, depois de conseguir decisões favoráveis no Supremo Tribunal Federal e no Tribunal de Justiça do Rio. No período em que ficou longe do TCE, ele recebeu R$ 2.767.685,43. Interrogatório na Lava Jato Brazão foi interrogado no dia 16 de julho deste ano no processo da Operação Quinto do Ouro. Por algumas horas, trocou o uniforme de presidiário por uma camisa social branca, já que ele foi ouvido da Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, por videoconferência. A investigação apontou que cada conselheiro preso pela Quinto do Ouro recebia propina para deixar de lado o principal trabalho do TCE: a fiscalização dos gastos públicos. Segundo a denúncia, os conselheiros receberam propina de empresários de ônibus e de empreiteiras envolvidas em grandes obras no Estado do Rio - como a reforma do Maracanã para a Copa de 2014, a construção da Linha 4 do metrô e o PAC das favelas. A PGR afirma ainda que os conselheiros também receberam, cada um, R$ 1,2 milhão de suborno de empresas de alimentação que forneciam quentinhas para os presídios e unidades socioeducativas do Rio. No depoimento, Domingos Brazão alegou que toda a acusação se baseou em mentiras de um velho inimigo, que seria Jonas Lopes, o então presidente do TCE, que confessou o esquema de corrupção e virou delator do processo. Advogado: "Eu queria que o senhor pudesse dar a sua versão sobre o que o senhor acha que teria motivado o delator do Jonas Lopes a fazer essas essas acusações contra o senhor". Brazão: "Posso. No meu entendimento, vários motivos. Então inicialmente nosso histórico de inimizades e discordâncias de posição desde a época em que ele era secretário e gostava de dar ordem e eu, como um bom português emancipado, eu não queria receber ordem". Em outro trecho, o advogado de Brazão pergunta: Advogado: "Em algum momento esteve no gabinete da presidência do tribunal de contas e recebeu qualquer tipo de valor em espécie ou de qualquer outra forma?". Brazão: "Jamais. Nunca. Tive poucas vezes no gabinete do presidente e jamais recebi qualquer tipo de valores ou qualquer outra coisa". No interrogatório, Brazão afirma que assumiria a presidência do TCE se não tivesse sido preso pela Lava Jato em 2017. "(...) vaidoso e prepotente como era o Doutor Jonas, ele jamais, jamais jamais iria admitir ele estar saindo pela porta dos fundos e eu assumir a presidência do tribunal". Brazão disse ainda que não homologaria a aposentadoria de Jonas Lopes, por causa das investigações que pesavam contra ele na época: "O primeiro efeito eu não ia homologar a aposentadoria dele. Eu acho que ele tinha isso já em mente. Ele não é bobo, advogado experimentado, ele sabe que eu tenho decisões... eu acho que tem até súmula do STJ nesse sentido. Ele respondendo a esses inquéritos, ele não poderia se aposentar. Então eu jamais ia aposentar". O que dizem os citados Sobre as declarações de Domingos Brazão no interrogatório, a defesa de Jonas Lopes foi procurada pela TV Globo e não se manifestou. Quando Brazão foi preso no ano passado no caso Marielle, o TCE informou que tinha aberto um procedimento correicional para apurar as denúncias. A TV Globo perguntou agora como está o andamento desse processo, mas não teve retorno do tribunal. Sobre o fato de Brazão continuar recebendo salário mesmo estando preso, no ano passado o TCE disse que não há decisão judicial para suspender o pagamento. Domingos Brazão, em entrevista ao documentário "Marielle" TV Globo/Reprodução Crime Domingos Brazão e o irmão Chiquinho Brazão, que é deputado federal, foram presos pela Polícia Federal (PF) como mandantes das mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. O delegado Rivaldo Barbosa, que era o chefe de Polícia Civil na época do crime, também foi preso. Ele é apontado como suspeito de ajudar a planejar o crime e de atrapalhar as investigações. Os três foram alvos de mandados de prisão preventiva expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A Operação Murder, Inc. foi deflagrada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e pela Polícia Federal (PF). O caso era investigado pela PF desde fevereiro de 2023.

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/09/25/url-domingos-brazao-salario-tce-prisao.ghtml


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